segunda-feira, 5 de março de 2007

Eugénia de Mello e Castro

Impossível de esquecer o dia em que fomos visitar Eugénia no seu monte perto do Couço. Chovia torrencialmente e parecia que ficaríamos perdidos para sempre nos caminhos de lama por onde nos tinha dito que a seguíssemos. Estava toda vestida de branco. Imaculada. Como que desafiando os elementos.
Ao entrar mudava-se de clima, de estação, de continente. Uma mesa multicolor falava do Brasil, como do Brasil falavam as caipirinhas e todo o ambiente da casa cheia de amigos. Sobre o fogão já estavam preparadas várias delícias. Lembro-me sobretudo dos tachos vermelhos e de uma ratatouille esplêndida. Tão colorida como a mesa. Encharcados, esquecíamos a tempestade que tínhamos acabado de atravessar, acalentados pela hospitalidade absoluta de Eugénia. Só muitas gerações de bem viver podem levar a semelhante forma de fácil perfeição.