segunda-feira, 19 de março de 2007

Irmã Maria Andreia.




Avancei primeiro; uma sorridente Irmã encaminhou-me para uma sala e pediu-me para esperar. Uma grade em ferro ocupava toda a parede de fundo, mas o ambiente era confortável e acolhedor. Nunca tinha entrado num convento de clausura e sentia-me pouco à vontade. Irmã Maria Andrea logo apareceu, pequenina e vivíssima, conversando comigo como se nos conhecêssemos desde sempre. Falou de si e da sua família, do orgulho em bem receber todos quantos visitavam o Carmelo, do prazer em viver no Crato e do gosto da comida alentejana. Depois, o Zé Guilherme juntou-se a nós e levaram-nos a visitar todo convento que mostraram com um carinho invulgar, como invulgar é, também, a generalizada alegria que as Irmãs irradiam. Já agora, não se pense que vivem isoladas do mundo exterior, muito pelo contrário: de todas as nossas entrevistadas foram as únicas que nos enviaram as receitas por e-mail! (TCD).

O refeitório é extremamente simples mas ali também já chegou o espírito do nosso tempo. A caveira, que tradicionalmente era o seu ponto central, foi substituída por um rádio. Diga-se que apenas para ouvir as prédicas de um prelado local.


A Irmã jardineira não queria ser fotografada. Tinha o hábito sujo e com um pequeno rasgão feito quando trabalhava, explicou. No conjunto uma simplicidade enorme, a alegria de quem está bem num mundo a que dá o valor que ele tem e sabe bem o que nele está a fazer. Saímos do Carmelo do Crato cheios de calma, possivelmente com uma ponta de inveja.(JGV)