Quando ontem vinha para Lisboa choquei-me com uma das (muitas espero) celebrações com que a Câmara do Seixal assinalava a “Revolução dos Cravos”: um passeio de bicicleta ultra concorrido que ocupava completamente a estrada. Sempre fui a favor das bicicletas e um passeio em que participem largas centenas de pessoas de todas idades numa excelente onda é matéria para me entusiasmar. O único problema era o lugar escolhido para a iniciativa: a estrada Lisboa-Sesimbra onde se tinha formado um engarrafamento de muitos quilómetros. Vim para Lisboa a matutar no drama tão nosso de excelentes intenções arruinadas por falta de visão, inteligência ou preparação de quem as deve pôr em prática. Certamente toda a gente parada na estrada, possivelmente mais de que ciclistas no passeio, terá ficado de péssimo humor, nada no espírito que as celebrações da data deveriam propor-se suscitar. Conclui que as nossas autoridades, mesmo as de carácter secundário e muito local, não conseguiram ainda interiorizar o respeito pelo cidadão que deveria ser o quadro de aplicação das “conquistas de Abril”.
Vencido o contratempo lá fomos almoçar à “Bica do Sapato”. O mesmo de sempre: gente de todos os bordos e alguns amigos nossos, um serviço atento e eficiente, a cozinha que sem ser sublime sempre nos vai entretendo e, sobretudo, as extraordinárias flores do Zé Miranda. Se cada elemento por si (excepção das flores) não é perfeito, o conjunto resulta no que é sem dúvida o melhor restaurante de Lisboa. É o saber fazer, o saber viver e o respeito pelos clientes. Aparentemente fácil ou pouca coisa. Mas digam-me onde é que por estas bandas haverá tão bom (excepção feita do Pap’Açorda mas o Bairro Alto está pior de mais para apetecer). Voltei para casa contente com o almoço a pensar que sem 25 de Abril não haveria certamente “Bica” e que deveríamos juntar o Fernando e o Zé Miranda ao panteão do heróis de Abril.
E, a propósito, o “Naco de Atum”, na fotografia, era uma delícia. Óptimo o escabeche carilado que o acompanha.
Vencido o contratempo lá fomos almoçar à “Bica do Sapato”. O mesmo de sempre: gente de todos os bordos e alguns amigos nossos, um serviço atento e eficiente, a cozinha que sem ser sublime sempre nos vai entretendo e, sobretudo, as extraordinárias flores do Zé Miranda. Se cada elemento por si (excepção das flores) não é perfeito, o conjunto resulta no que é sem dúvida o melhor restaurante de Lisboa. É o saber fazer, o saber viver e o respeito pelos clientes. Aparentemente fácil ou pouca coisa. Mas digam-me onde é que por estas bandas haverá tão bom (excepção feita do Pap’Açorda mas o Bairro Alto está pior de mais para apetecer). Voltei para casa contente com o almoço a pensar que sem 25 de Abril não haveria certamente “Bica” e que deveríamos juntar o Fernando e o Zé Miranda ao panteão do heróis de Abril.
E, a propósito, o “Naco de Atum”, na fotografia, era uma delícia. Óptimo o escabeche carilado que o acompanha.