Para nós portugueses que achamos quase unanimemente que o “nosso” peixe é o melhor, possivelmente o único realmente digno de ser apreciado, e que “só cá é que se sabe cozinhar peixe” , a leitura de “Le Bernardin Cookbook ”, de Maguy Le Coze e Eric Ripert, será em muitos casos pelo menos traumática. Todo um sistema de certezas que não pode senão ser posto por terra perante um reportório caleidoscópico de inventividade nascido do conhecimento profundo, diria mesmo da paixão por uma tradição culinária que vinda de França é a espinha dorsal do que tem sido considerado o melhor restaurante de peixe do mundo. As várias receitas que experimentei, embora por vezes demoradas, revelaram-se absolutamente acessíveis. E deliciosas. A anos-luz de 99,9% do que nos é proposto ao longo da nossa costa. Tomemos, por exemplo, um prato que hoje em dia a maioria dos restaurantes locais oferecem: peixe “ao” sal. Que de um modo geral nem sequer é mau. Experimentar a receita de “Le Bernardin” deverá permitir entender a diferença. Uma questão de outro nível na atitude, cultura e civilização. E depois há as receitas de sobremesas…
sexta-feira, 13 de abril de 2007
O Foodie aplicado: "Le Bernardin Cookbook" de Magy Le Coze e Eric Ripert
Publicada por
Teresa Cota Dias, Manuel Murteira Martins e José Vilela
à(s)
sexta-feira, abril 13, 2007
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