Estávamos à espera mais “uma mail” da nossa “Provedora” e amiga Filó quando (e infelizmente isso não é raro) ela nos telefonou. Desta vez a intimar-nos a ir vê-la a uma clínica onde se encontrava internada no seguimento de uma operação a um joanete.
Armados de um ramo de flores e uma caixa de “Farripas de Laranja” da Pastelaria Arcádia, lá fomos vê-la ontem à tarde. Estava como que “exposta em glória” na aparentemente pouco confortável cama, cercada de família, amigas e revistas. A única coisa notável para alguém que tinha sido operada a um pé era o facto de ter uns enormes óculos escuros. A luz do quarto era muito cansativa, explicou. Mas os óculos ficaram.
Quando vim embora, a filha, a igualmente exaltada Xana, veio comigo até à porta da rua. Pelo caminho foi dizendo que a nossa Filó tinha feito a operação porque não tinha querido ficar em casa enquanto lá estavam a ser feitas obras. Uma tolice total, segundo ela, mas que não podia contar porque tinha jurado segredo. Mas a verdadeira razão seria o que estava por trás dos óculos: os papos que tinham ido à vida, o que não era para ser público. “Imagine o que iam dizer as beatas amigas dela”.
Quando já estava quase a sair a Xana aparentemente esqueceu o juramento e contou: “A Mãe está numa fúria de ser “a melhor cozinheira”. Comprou um monte de livros de que não percebe mesmo nada. Ela é mesmo um zero. Se não fosse o Chefe e a Maria da Fonte já tínhamos morrido de fome naquela casa. Nesta onda não achou nada melhor do que mandar instalar uma cozinha nova. Como se isso resolvesse qualquer coisa. E quando viu o caos que tinha arranjado pisgou-se para o hospital. Era melhor no tempo dos comícios contra o aborto”. O táxi estava à espera e nem respondi.
quarta-feira, 7 de março de 2007
A Filó (desta nem escreveu: telefonou).
Publicada por
Teresa Cota Dias, Manuel Murteira Martins e José Vilela
à(s)
quarta-feira, março 07, 2007
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Filó