sexta-feira, 2 de março de 2007
O nosso Inquérito: Teresa Cota Dias.
Nome: Teresa Cota Dias.
Cozinha muito frequentemente? Quase todos os dias, o jantar.
Para quem? Os meus.
Quando começou a cozinhar? Desde muito pequena, adorava ir à praça do Saldanha com um cesto onde as vendedoras iam pondo os legumes mais raquíticos. Chegava a casa, e entretinha-me a cozinhá-los nos tachinhos. Era um gozo enorme que ainda não perdi, a única diferença é o tamanho, meu e dos tachos.
Seguiu algum curso? Estou em formação contínua.
Há alguém que considere seu mestre? A minha Mãe para os bolos e doces, a Helena, que é a trave da família, para quase tudo o resto. O Zé Guilherme ensina-me os prazeres da cozinha cool e o Manel as delícias da cozinha elaborada.
Livro de cozinha favorito? The Good Cook é muito seguro, exaustivo e de tal maneira didáctico que nos aventuramos a experimentar qualquer iguaria, por muito complicada que pareça.
Qual é o prato que mais gosta de cozinhar? Como gosto de tudo e nunca cozinho para mim, procuro cozinhar o que agrada aos outros.
O que cozinha mais frequentemente? De Segunda a Quinta-feira, há sempre sopa, legumes cozidos ou grelhados, fruta, enfim, muito saudável, quase dieta. Ao fim-de-semana vingo-me nas carnes e mariscos com molhos, nos risottos e nos doces.
Costuma aproveitar os restos de um prato que cozinhou e com eles fazer um novo prato? Aproveito sempre porque não gosto de deitar fora e faço o jantar num instante.
Tem um produto favorito? Pão.
Que tempero considera mais importante? Há o sal e a pimenta, que são essenciais. Depois há uma infinidade deles, mais ou menos exóticos, capazes de transformar qualquer banalidade num delírio.
Tempero mais excessivamente valorizado? Os cominhos no Minho, a massa de pimentão no Alentejo e a maionaise industrial nos restaurantes.
Tempero mais injustamente esquecido? Vinagre.
Utensílio de cozinha mais indispensável? Uma faca grande muito afiada e boa luz na bancada.
Tem um utensílio que considere “pessoal” ou “favorito”? Uma caçarola de cobre.
Interessa-se pela aplicação de novas tecnologias na cozinha? Interesso-me e leio sobre o assunto. É pena que não existam restaurantes onde as possamos experimentar.
Costuma consultar sites da internet dedicados a temas culinários? Todos os que vêm aqui no nosso blog. Também vou muito a sites de restaurantes de chefs famosos, para ler o seu perfil, ver a sala e a cozinha e consultar o menú. Aprende-se imenso.
Quais são os seus sites favoritos? Chez Pim é fantástico!
Quais são as suas lojas favoritas para produtos alimentares e equipamento de cozinha? Gosto cada vez mais do pequeno comércio do Largo da Graça, onde compro todos os frescos e o melhor pão de Lisboa. Quando me apetecem mimos vou à Delidelux. As ervas frescas e bom peixe ou marisco, são fáceis de encontrar no supermercado do Corte Inglês. Para o equipamento de cozinha básico vou à Pollux e ao Brás & Brás e guardo para a Torres & Brinkman os presentes que me ofereço.
Prato favorito? Pargo grande da Ericeira assado no forno em papel de alumínio com batatas novas cozidas, feijão verde e molho holandês.
E petisco? No Verão, camarões cozidos com vinho rosé; no Outono, pombo bravo com molho vilão; no Inverno, torradas com foie gras; na Primavera, túberas de fricassé.
Prato português favorito? Arroz de lampreia.
Restaurante favorito? Bica do Sapato ao almoço e Gambrinus ao jantar.
Conselhos ou normas de sabedoria? Cozinhar com prazer, sai sempre melhor.
Há alguma pergunta que gostaria que lhe fizéssemos? O que é que a irrita? A intelectualização da gastronomia.
Uma das suas receitas favoritas:
Pargo no Forno
Para um pargo de 1,5 kg, esfregue a barriga com sal grosso, ponha rodelas de limão no lombo e embrulhe-o em papel de alumínio. Coloque o peixe no forno pré-aquecido a 275 º (marca 9) durante 10 minutos. Depois, reduza o forno para 190º (marca 5) e deixe-o assar durante 40 minutos. Acompanhe com batatas novas cozidas e feijão verde cortado muito fino e molho holandês.
Molho holandês:
1 colher de sumo de limão
1 colher de água
3 gemas de ovos
250 gr. de manteiga sem sal
Sal e pimenta branca e pimenta de Cayenne
Aqueça a água e as gemas. Quando começarem a engrossar vá juntando, a pouco e pouco, a manteiga que deve estar gelada e partida em quadrados pequenos; bata sempre até absorver a manteiga e vá repetindo até a manteiga acabar. No fim, tempere com sal, as pimentas moídas na altura e o sumo de limão.
Uma receita de “restos”:
Massa Folhada de Legumes
Salteie os legumes com alho e azeite. Faça um béchamel, aromatizado com Bovril e misture nele os legumes. Estenda a massa folhada num pirex, recheie com os legumes e cubra com outra camada de massa folhada pincelada de gema de ovos.
Publicada por
Teresa Cota Dias, Manuel Murteira Martins e José Vilela
à(s)
sexta-feira, março 02, 2007
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